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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
O espelho onde tanto procuramos as respostas que a sociedade nos impõe é um lugar confuso cuja concavidade deforma o que, sem saber, existe dentro de nós.
Esse universo obtuso no qual nos deixamos levar não é amigo de ninguém. Somos iludidos no que alguém decidiu ser moda, ser beleza ou indicador de sucesso. Sinais quase sempre superficiais de construtos cuja definição é demasiado subjetiva para que possam ser encarnados na organicidade do que somos. Não obstante, acreditamos. No que vende mais, no que nos dizem ser melhor, no que outros exibem como se de montras ambulantes se tratassem. Gente que se tornou interessante sem conhecermos e a quem damos a nossa atenção embora permaneçam desconhecidos.
Vamos atrás do que não sabemos que não precisamos, do que fingimos que queremos para exibir a quem se cruzar connosco daí em diante. Quanto mais adereçamos o limite da nossa essência, maior é o vazio que nos ocupa. O vácuo da alma transcende o espaço dos órgãos, o sangue lentifica-se numa viagem na qual se perde o significado da direção.
Tempo a gente não compra e amor próprio também não. Vem do negro das profundezas onde, até nós, nos recusamos explorar. Temos receio de quê? De lá ficar?
Dói entender a verdade do que temos, principalmente quando ela diverge do que compramos sendo irrefutável. Mas não é.
Quando a pele respira das máscaras que a sufocam diariamente, resta a nudez cujo confronto nos atormenta. Porém, ela permanece. Carente de compreensão. De que o espelho onde se reflete a imagem do que queremos ser, esteja embaciado de variáveis que não nos pertencem. E, sobretudo, de que o reflexo mais verdadeiro seja o da convexidade que habita no espaço do corpo, o lar da beleza sincera que tanta graça perde no teatro das ostentações.
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