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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Se fores um jardim de outono, eu serei a última pétala
se fores o coração, eu serei a seiva de cor inflamada
e se for a vermelhidão do amor, tu saberás como amar.
Se fores os olhos, eu serei as rugas que rasgam no teu sorriso
e se fores sorriso, eu serei os teus lábios.
Se for os teus lábios, tu serás o desejo
se fores o desejo, eu serei pão torrado
e tu a manteiga a derreter.
Se fores o vento, eu serei os teus pulmões
como tu a fúria das marés
e se fores maré, eu serei o sal do oceano
se for oceano, tu serás a areia húmida
que entranha o frio nos meus pés.
Se fores corpo, eu serei o teu tempo
e nesse tempo não saberei como parar.
Se fores lágrimas, eu serei o teu rosto
se fores um livro, eu serei o aroma das páginas por ler.
Se fores poesia, eu serei cada estrofe
se fores pintura, eu serei uma tela em branco
se estiver por colorir, tu serás artista
e se fores a arte, serei a lucidez de não adoecer.
Se fores a lua quente de verão, eu serei sol de inverno
se for inverno, tu serás a chama da lareira acesa
e se fores fogo, eu serei as cinzas do dia seguinte.
Se for noite, tu serás um copo de vinho
e se fores frutado, perder-me-ei na canção de fundo.
Se fores música, eu serei Chopin em apogeu
mas se fores o orgasmo de um piano, então serei as quatro estações.
Se fores o silêncio, eu serei segredo
e se for segredo, ficarei debaixo da tua pele
se fores pele desnuda, eu serei o toque
o beijo
e o abraço
se for abraço, tu serás verdade
e se for de verdade, faremos amor com todos os sentidos
porque se for sentido, tu serás vida
e eu a vontade de viver.
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