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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
O horizonte. Numa sobreposição de instâncias que diverge do ponto onde pensamos ter de chegar. A imensidão entre lugares desconhecidos, à primeira vista opostos, imersos num ciclo onde a renovação é certeza de mudança.
A geometria do que nos rodeia pouco importa no ciclo que se impõe repetir, porque o erro não está em julgar distante o que da percepção se afasta, senão em acreditar impossível o que vive mesmo debaixo dos nossos pés. São linhas múltiplas numa imaginação coletiva que trapaceia todas as vontades.
Onde tu estás, ninguém desconfia. Assobiam-se rótulos com o mesmo descaramento com que se guardam os egos num novelo emaranhado. Descobertos com o ímpeto de marcar presença no pódio, esquecendo a magia que só existe quando crescemos depois de não ganhar.
Onde eu estou, somente esta matéria sabe os segredos. A que me contém e que transborda para além de mim. A que te procura e a que foge de ti.
Sapatos todos usamos. A sola do nosso corpo aquece nas vitórias e ferve com a amargura das derrotas. Mas o teto que eles pisam, nesse caminho cuja marca esmorece aquando da passagem, esse é único. É o nosso chão, o nosso destino. A nossa cruz. Sempre soube isso, mas só há pouco tempo percebi na metamorfose que o mesmo assume na natureza. Não se prolifera, não se reproduz. Apenas morre e muito antes de nos sentirmos partir.
Afinal o horizonte é uma curiosa efemeridade que habita fora do que somos, alimentando-se do que tentamos assumir. E por muito longínquo que o vejamos, sempre verei o outro mais perto desse alcance, sem saber que aos olhos de alguém deambulo também sobre essa retilineidade.
No fim, estamos igualmente próximos ou igualmente apartados. Quando soubermos o lugar de onde emerge, abriremos o peito e guardaremos o vazio que é sem nos pertencer. A ambos.
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