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O Cheiro da Chuva

por amorlíquido, em 01.04.21

Não sei

o norte que respira o sopro dos vendavais

os segredos deixados sobre a mesa

contados em sussurro 

porque a lua nunca soube como falar.

 

Não sei 

do deserto que escondes entre o bater das ondas

dos laços com que dobras o medo

num sufoco que levas ao peito

desfeito e imperfeito

com cor de quem mente o dia inteiro.

 

Não sei a natureza do sal que deixas correr

não sei o voar nas horas vagas

em que habitas na coragem 

de pintar o sol nascer. 

 

Não sei 

e é tão triste não saber

que o sorriso é adereço

a mágoa endereço

em casas de teto sem.

Sem luz que guie

sem chão que segure

sem gente que perdure

na fúria dos amores inverno.

 

Não sei 

e como é triste não saber.

 

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