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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Dez letras depois do começo desta maluqueira, aqui seguimos. Hoje com o "Jardim" da Alice Alfazema que ainda nos prendou com um clássico de dois gigantes!
Sentei-me debaixo do jacarandá, e pressionei as minhas costas contra o tronco até sentir os seus nódulos, olhei para cima e vi uma copa violeta de flores, num aglomerado alegre que contrastava com o azul do céu e as pequenas nuvens brancas que eram empurradas pelo vento. Aspirei o perfume, para que pusesse em mim aquela vibração. A casa estava pintada de branco, e as janelas abertas, o João e a Joana discutiam como de costume, nos canteiros estavam cravos vermelhos que dançavam com a brisa que vinha do mar, plantei-os para me lembrar da Liberdade, no pátio uma criança pequenina ria ao correr atrás da bola, fazendo um esforço para a alcançar primeiro que o adulto com quem estava a jogar. Alguém colocou música no ar, jazz, as notas suaves passeavam em cada recanto. Senti-me tranquila, o fresco da manhã convidava à leitura, talvez à tarde fosse à praia, peguei então no computador e reli as palavras que tinha escrito naquela terrível Primavera de dois mil e vinte. Tinha-me calhado a letra J.
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