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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Um ciclo. Tudo o que presente de um outrora passado nos tira, o futuro da mesma vida voltará a dar.
Não importa a matemática dos dias que passem, dos minutos que tenhamos de contar. Esse momento chegará, acreditas?
Por muito invernoso que o horizonte te pareça, por muito escorregadio que o passadiço te esfrie os pés molhados pela chuva. Por muito que o vento te desafie o equilíbrio e a insegurança te grite “é melhor parar”. Não, nisso não acredites! Ela quer que desistas. Que te escondas e que não insistas. Quer que te resguardes na sombra de um possivelmente que, para ti, nunca será realidade.
Por isso, acredita. Mas acredita com a mesma garra com que desvias os arbustos caídos pelo chão, com a mesma vontade das lágrimas que te aquecem o rosto. Acredita e aceita quem te queira dar a mão.
Por muito que o destino te pareça distante. Por muito que a escuridão te sussurre ao ouvido. Por muito que a morte te desafie a coragem do querer permanecer. Por tudo, lembra-te: mais que o medo da morte é o receio de estar vivo, de não saber qual o caminho, percurso esse que vais atravessar, seja a correr ou devagar, vais porque estás vivo.
Esse não saber explicar que te inflama os olhos nos momentos de desespero é o mesmo que te incha as veias na altura de arriscar.
De pensar, sentir, aprender e continuar. Porque o destino não está onde chegaremos. Não está na linha longínqua que ainda não vemos. O destino está em cada passo dado, em cada direção que escolhes, em cada palavra que dizes, nos lugares onde decides ficar.
O destino és tu. Serás sempre tu a vesti-lo e nunca ele a cobrir-te a ti. Despe essa ideia, sopra esse pensamento, e num somente intento, fecha os olhos e abre-os novamente. Fecha e volta a abrir. Nada mudou, certo?
O dilúvio permanece zangado com o mundo, o frio às avessas com o conforto de um chocolate quente.
Agora experimenta olhar para longe.
Isso.
Não, um pouco mais longe.
Aí, está perfeito.
Inspira e começa a andar. Lentamente. Mais.
Calma, devagar.
Assim.
Continua.
Ok, pára.
Fecha os olhos. Cerra com toda a tua força. Inspira. Expira. Enche o peito de ar. Agora quero que olhes para a frente. O longe ficou perto?
Não, pois não? Continua longe, eu sei. E estás cansado. Mas não exasperes. Respira. Fecha os olhos. Aperta as mãos com força, abre os olhos devagarinho e olha para trás. Olha para de onde partiste e vê onde estás!
É essa a tua viagem. A de agora, a do passado e a do futuro também. O destino leva-lo contigo. A vida coloca-te as encruzilhadas e, o mundo, a ideia de que mais vale não prosseguir.
Mas acredita, tudo o que tu queres está em ti. E quando avanças, a ideia de que não és nada foge num sopro de revolta, da mesma maneira que a vida ganha respeito por ti. Porque tu o mereces. Por cada queda, por cada vazio, por cada entrega, a vida não te nega uma nova oportunidade. É verdade! Acredita.
E faz disto uma lembrança para que te sirva, algum dia, de saudade.
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