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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Se um triângulo se compõe de três linhas retas
a vida é mais curvilínea que as letras com que aqui escrevo
sem esquinas nem mentiras,
somente uma continuidade despida de ângulos agressivos.
Não sei do que falo nem o que sou.
Começo na geometria,
a meio com poesia e
no final já nem me lembro como começou.
Não sei.
Na negação desse verbo onde a simplicidade e a indefinição se abraçam,
saber que não se sabe já é ser sábio de alguma coisa,
mas não sei apenas que pouco sei.
Sei também que as linhas com que aprendi a desenhar a minha casa,
hoje imagino-as na minha pele
sem esconder o que não me torna diferente,
elas choram a cor dos meus pedaços,
transpiram o que mais não cabe no muito que não tenho como saber.
Sangram a cor do não saber como esperar
e na perfeição da retilineidade que deu
lugar ao caos da não forma,
deixei-me respirar no que nunca ninguém soube
os que consigo levaram a chama que queimou as convergências do meu ser
até nada restar, até nada mais sentir
sabendo apenas que os polígonos também gritam
mas que é no silêncio que a erudição do que guardam
conhece o mundo dos lugares vazios.
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