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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Hoje deixo-vos uma sugestão para ocuparem a vossa tarde do domingo que se avizinha. Para quem tiver os canais TVcines, no TVcine Emotion vai estrear o Les Miserables - The Staged Concert, às 16h55. É uma forma boa de passar a tarde em família, miúdos e graúdos, a assistirem a um dos maiores espectáculos de sempre.
Já sabem, quem não tiver oportunidade de ver, podem sempre colocar a gravar ou puxar atrás mais tarde!
Bom fim de semana e sejam felizes
Foi de ti que recebi
a pétala sem cor nem graça
de olhos cansados
e ao frio desprotegida,
em curvas de pontuação paciente.
Na penumbra de ciúmes calados
entre florestas de histórias recordação,
às luzes, as memórias e
à essência, o que ela sente,
à inveja que enamora
pelo perfeito se derrete
no que em ti pude ver,
na janela por onde entrei
mil livros derrubei
na minha pele escondida
do ser que não sabe ser,
do ser que não se sabe o que é.
Do ser que é tudo
menos ser que nunca é.
(Fotografia: Annette Schreiber)
Sou uma obra inacabada
Um manuscrito por concluir
Sou metade de uma alma enjeitada
Na incessante procura por se definir
Partilho esta belíssima publicação da Olga Cardoso Pinto e deixo-vos uma breve reflexão:
Que a nossa forma de arrogância não seja a de ambicionar ter em excesso, mas perseguirmos a vontade de ser em demasia. E por isso, que a vida não nos leve antes de ser inverno, que não queremos partir sem saber a cor do nosso verão.
Quando a poesia do que fomos souber da vida à distância,
mesmo que o sorriso da lua não regresse, saber-nos-emos vivos na saudade dos que nos amam.
(Ribeira das Naus, Lisboa, 2019)
Como alguns de vós puderam ler, aqui e aqui também, e porventura se terão apercebido do que se tratava, eu sofri, há muito tempo, uma situação de abuso sexual que abalroou a minha autoestima, muitas das minhas crenças e formas de estar na vida, pelo que, hoje, decidi partilhar convosco as grandes lições que eu aprendi com essa vivência, as quais me acompanham todos os dias.
A resiliência foi uma arma encontrada e o amor-próprio uma construção. Há circunstâncias na vida pelas quais todos passamos e que nos marcam, independentemente da gravidade ou violência que as caraterizam, porém da forma como nos atingem. Não escolhemos o que nos acontece, mas podemos optar pela forma como reagimos depois de acontecer. Demore o tempo que demorar, esse dia chega. O da renovação, da superação, o de guardar as cicatrizes bem guardadas - porque elas fazem parte de nós e do que somos - sem deixar que essa gaveta se abra e as feridas irrompam no direito que temos à felicidade, ao amor, ao respeito. Somos muito mais valiosos do que aquilo que pensamos ser. Não importa o que outros nos dizem ou o que os espelhos nos contam. Somos nós e cabe-nos a nós sermos mais do que a dor que nos descobriu.
O charme em voz cantada.
Votos de um bom fim de semana para todos vós!
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