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Palavras. Pensamentos. Desabafos. Em prosa ou em poesia. Com a voz de um amor que se tornou líquido.
Hoje termino o dia com uma inspiração. Continuamos esta viagem pelo alfabeto e hoje pousámos no texto da Rute. E como é importante nunca esquecermos de amar!
Sempre fui uma pessoa de muitos sentimentos, vivo com eles sempre na flor da pele!
Viver é mesmo isso, sentir e amar!
Tento não incluir em mim sentimentos de ódio e de maldade.. pois esses sentimentos não me assistem...
Nesta altura do campeonato em que estamos confinados em casa é uma boa altura de reorganizarmos os sentimentos e as emoções e apenas vibrarmos pelo bem...
Sentir e apreciar as coisas boas da vida.. como o simples cantar de um pássaro...
Observem ao vosso redor e inspirem o ar puro que se faz sentir... inspirem o bem!
E quando tudo isto acabar aprendam também a AMAR...
Ali estava eu. Sentada sob o silêncio da noite cerrada, onde o ruído dos pensamentos se confundia com o eclodir sucessivo das ondas, permaneci no intervalo entre o medo da solidão e a vontade de que ela nunca me tivesse abandonado. Foi nesse instante que senti o frio chegar. Uma essência gélida disfarçada pelo ímpeto do querer. Não a mim em particular. Um impulso satisfeito por qualquer estrela daquelas que, do céu, me viu chorar.
Na aproximação de um calor bipolar, senti-me estremecer. Quis recuar com uma certeza pobrezinha e foi nessa fragilidade que a praia inteira me testemunhou congelar. A humildade de uma dezena de Primaveras fez-me ficar longe da consciência do desvio, tanto como da bravura da negação. Como a areia entre os dedos, fugiu-me a assertividade das palavras assim como a confiança no que sabia ser-me invadido. Mas hoje...
...Hoje sei. Numa mistura entre a compreensão e as sensações, no entretanto que vai da perceção do sentimento à convicção do desrespeito. Que o esquecimento do mundo inteiro foi por falta de amor. Nosso. Naquele momento. Uma distância nas vivências conseguidas, não pela covardia de descobrir senão pela ingenuidade dos anos passados comigo mesma.
Hoje penso na culpa como sendo mais que minha. Penso no que perdi sob a luz da intrusão. Penso no que sofri pelos gritos de socorro serem em vão. Hoje sei que houve coisas que não tive tempo para desejar ter. Penso nas memórias que me afastaram de quem quis ser mais que um mero abrigo. De quem quis amar sendo mais que amigo.
E a Primavera que virou Verão, apesar do calor vestiu-se de inquietação. Antes que o dia nascesse, naquele dia e pelo frio, acho que me tornei Inverno para sempre.
Pergunto-vos: quando nos roubam algo que só a nós nos pertencia, como confiar em quem cuide do que não queremos que nos pertença nunca mais?
Bom dia! Para começar bem o dia, partilho convosco o belíssimo texto do C.C. sobre o tema "Fado". Obrigada pela participação e a de todos os que têm contribuido para que este desafio continue a rolar!
É um estilo musical português. Geralmente cantado por uma só pessoa, acompanhado por uma guitarra clássica e uma guitarra portuguesa. É também património imaterial e cultural da humanidade! Nem toda a gente gosta, eu aprendi a gostar, na voz de Mariza!
Também é sinónimo de destino, de sorte, o futuro, embelezando os mais belos poemas cantados!
E é do destino que hoje vos falo, o meu, um presente inseguro que vislumbra um futuro completamente incerto!
A sorte que me calhou, talvez não tenha sabido aproveitar e hoje vivo a tentar remediar o que já não tem remédio!
Falta-me a coragem de mudar o presente, talvez com medo que a solidão me embale em noites sombrias!
Não vejo mais diante mim a vontade de curar as feridas, a sinceridade no perdão, o brilho de outrora!
Não sei muito bem para onde vamos, para onde vou, ou quando chegarei a bom porto!
Tudo tão incerto!
Talvez seja hora, de juntar todas as peças deste presente que me ausenta,atormenta e procurar o melhor de mim...
"É preciso perder para depois se ganhar
E mesmo sem ver, acreditar
...
Sei que o melhor de mim está pra chegar"
Mariza - o melhor de mim
A sugestão desta semana é a de uma minissérie produzida pela National Geographic, designada por "The Hot Zone". Conta a história da descoberta do vírus ébola em solo americano, num cojunto de chimpanzés de um laboratório no estado de Virgina, em 1989.
No que respeita ao elenco, tem a participação de Liam Cunningham, Sor Davos Seaworth na famosa série de Game of Thrones, e também uma das personagens principais da série "The Good Wife", Julianna Margulies, que interpreta Nancy Jax, uma veterinária experiente do exército americano que, em conjunto com uma equipa da SWAT, trabalha no sentido de gerir o perigo associado à letalidade do vírus, evitando que este se comece a espalhar entre a população humana.
Para os mais sensíveis talvez possa não ser a série mais indicada tendo em conta tudo o que o mundo atravessa neste momento, contudo, para os mais curiosos, pode, e por essa mesma razão, suscitar o interesse em vê-la. Está, a meu ver, muito bem conseguida e permite-nos conhecer mais e melhor sobre as caraterísticas do vírus.
Como suplemento, deixo aqui a ligação para quem quiser obter mais informação de alguns Factos sobre o Ébola.
(Lisboa, Santa Apolónia)
O tempo com tempo vai ensinando
que nos despedaçamos para que outros permaneçam intocáveis
que choramos pelo medo de não ser
sem ainda saber que essência perseguir.
Batemos a porta da alma
e nesse mundo permitimo-nos ser
algo
alguém
desconhecidamente só nosso.
O tempo ensina
aos poucos
que fugimos de quem não queremos
para abraçarmos quem nunca nos quis.
Mas há tempos e tempos. Se há.
Somos tempo e do tempo
entre a infinitude de um espaço imensurável
e a efemeridade de uma qualquer existência.
Na distância vivemos
ou sobrevivemos
somos ou vamos sendo o que nunca foi de nós.
No entretanto tudo acontece
aquém das raízes da imaginação
muito além das paredes onde nos escondemos
para não sentir a dor
de ser indefinido.
E porque o desafio ainda continua vivo, deixo-vos com o texto da Isabel, sobre a palavra "Enxuto". Uma reflexão bonita, com a qual nos poderíamos identificar em diversas situações e por vários motivos. Hoje, neste presente que (ainda) é nosso faz sentido mais do que nunca.
Era um dia com sol e vivacidade
Um dia em que apetecia viver
Em que apetecia pintar, brincar e sonhar
Era um dia bonito, era um dia enxuto
Era mais um dia...
E depois ... aconteceu
Nunca percebemos como
Creio que nunca o saberemos, mas aconteceu
Era dia, e subitamente caiu a noite
E com ela o frio, a água e a negritude da escuridão
Entrou na alma e no coração das gentes
E tudo esborratou, e todas as imagens borrou
E tudo se extinguiu, tudo se esfumou
E tudo deixou de ser
Mas antes, tinha sido um dia bonito, um dia enxuto
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